Cisterna do Poeta / As confissões de um sacristão gay
Era muito devotado, á sua igreja e a Deus, nunca deixando além de ajudar na santa missa de participar da comunhão. Sim tinha de aceitar aquele moço como ele era afinal no seu trabalho como padre era seu dever ver a todos, sem exceção, como filhos de Deus e não podia julgar ninguém se abstendo a perdoar em Seu nome e deixando o julgamento a cargo desse próprio Deus. Só que com aquele seu sacristão, às vezes, era muito difícil para ele agir assim...
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Satisfação dos desejos da carne
Passeava por um campo, verdejante e florido, numa tarde calma e morna de primavera. Meus olhos olhavam á tudo que havia em minha volta, sedentos, querendo beber a beleza que a natureza colocava em frente a eles.
Mal me queres, tulipas, begônias e mais uma centena de flores do campo, das mais variadas e exóticas, que formavam o colorido real mais belo que os olhos humanos já viram. Eu tinha a minha alma leve e cheia de encantamento.
De repente os meus olhos viram uma linda roseira, com uma única rosa branca nela. Aquela era a rainha das rosas, pois suas pétalas tinham uma brancura que deixava a mais alva nuvem com inveja e acanhada. Nesse momento eu pensei:
"Elas são iguais, essa rosa e aquela mulher divina que eu só conheço por um nome, uma fotografia, pela paixão pela poesia que me é um espelho de sua alma e pela sua gentileza virtual. Encantadoras, suaves e cheias de poder de sedução. A mesma pureza do branco desta rosa é a pureza que eu encontrei na alma dela".
Sentei-me sobre a grama verde, em frente à roseira, e olhando para aquela rosa meus olhos viram muito mais e minha alma começou a sonhar.
Se confundindo com a rosa, naquele momento, a imagem de uma mulher surgiu no ar como uma tela mágica e encantadora. Eu vi claramente os cabelos loiros e longos, escorridos por trás de seus ombros delicados e bem desenhados que saiam da sua blusa vermelha, que colada ao seu corpo dava formas marcantes a ele. Os olhos dela, dominadores, muito brilhantes e cheios de uma magia inocente, olhavam para mim e davam impressão de estarem me vendo. Sua boca delicada, dona de lábios vermelhos que expressavam um eterno sorriso, parecia que queria me dizer algo. Aquela era uma visão real, como se eu estivesse presenciando um milagre de uma santa ou de um anjo aparecendo para mim.
Sim, era um milagre, eu tive certeza disso. Ela estava mesmo ali, era a sua alma que eu via em minha frente e nesse momento duas lágrimas grossas escorreram pela minha face. Elas surgiram trazidas pela emoção que me atingia.
Já não era só a luxuria que me dominava quando eu via as fotos que ela me mandava por e-mail e me masturbava, a satisfação dos desejos ardentes da minha carne com auto carícias, enquanto usava a imagem dela para sonhar ou a grande vontade de tê-la em meus braços, junto à certeza de que isso era impossível por causa da distância que nos separava.
Eu vi claramente naquele momento que tudo ia mudar e que a ter em meus braços de verdade, seria só questão de tempo! Tive a certeza que os sonhos virtuais deixariam de ser só poesia e fantasia, porque estava perdidamente apaixonado por aquela mulher que só conhecia através da tela do meu computador e que tudo faria para á ter ao meu lado.
CARLOS CUNHA
O Poeta sem limites
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Arquivo do Poeta / Suruba na Mata Atlântica
Suruba na Mata Atlântica
Ainda não era 4 da manhã quando o telefone tocou insistentemente. Ele tinha acabado de sair de um banho, que tomara para despertar melhor, e foi atender:
- Alô, pois não?
- Oi amor, sou eu. E ai, já está acordado?
- Não, eu estou dormindo. Sou sonâmbulo e atendo ao telefone no meio de um sono profundo.
- Vá á merda, Fabinho. Eu estou com tudo pronto. Arrumei a mochila ontem à noite e quase não dormi de tanta ansiedade.
- Eu também já preparei tudo. Daqui a meia hora eu passo na sua casa pra te pegar.
- Ta legal, estou te esperando. Um beijo gatão.
- Outro. Até já tesão.
A família do Fabinho tinha uma casa em Bertioga (cidade praiana do litoral paulista) e ele mais alguns amigos resolveram passar alguns dias nela. A idéia de descerem a serra a pé, para chegarem até lá, foi da Gabriela:
- E se a gente ao invés de pegar uma estrada pra ir até Santos, lá atravessar de balsa pro Guarujá, cortar a ilha e pegar uma outra balsa pra chegar a Bertioga, a gente descesse a serra a pé? - Isso aconteceu antes da abertura da estrada que vai de Mogi das Cruzes a Bertioga, quando para chegar até lá eram necessárias várias horas de viagem, por um caminho cheio de voltas e por estradas horríveis, sem contar as travessias de balsa e outras dificuldades, ao invés dos cinqüenta minutos gastos pela estrada que existe agora.
- Você está maluca Gabi? É longe pra burro. Se de carro a gente gasta um monte de horas pra chegar a Bertioga, a pé vamos levar uma semana.
- Longe nada cara. Parece longe por causa das voltas que a gente tem de fazer pra ir por estradas. Daqui até lá a gente faz em cinco ou seis horas passeando por picadas abertas na mata e curtindo a natureza. É um passeio que é a maior loucura. Contato direto com a natureza meu. Cachoeiras, vegetação nativa e o maior visual. Tenho uns amigos que descem todos os anos por esse caminho.
Ela falou da beleza dos lugares pelos quais passariam se fizessem essa caminhada. Contou, enchendo de fantasia e de romantismo, as aventuras dos amigos que sempre iam até lá descendo a serra pela mata.
De todos os presentes, quando a Gabi expôs essa idéia, as primeiras a aceitar e a aprovar foi ás meninas. Um ou dois rapazes relutou, mas acabou aceitando também fazer a caminhada pra não ficar de fora e ser chamado de “bunda mole”.
E a aventura foi marcada para aquele dia em que a Gabi ligou, logo de madrugada, para o Fabinho.
Meia hora depois, como prometeu, ele estava na casa dela. Lá eles fumaram o primeiro "baseado" do dia e foram encontrar com os amigos no ponto de ônibus que os levaria até Volta Fria, um lugarejo que ficava na beira da Mata Atlântica, de onde iniciariam sua caminhada por ela que os levaria até Bertioga.
O ônibus que os levou chegou lá ás 6 da manhã. Como era um lugar em que as pessoas acordavam bem cedo, o dono do armazém local já varria o seu estabelecimento levantando poeira do chão de terra com uma vassoura de piaçava. Eles desceram com suas mochilas e cantis, tomaram um café forte e saboroso, coado num coador de pano, e conversaram com o dono do armazém que, acostumado com gente jovem que passava por ali em busca de aventura, deu a eles várias informações importantes sobre o caminho que teriam de fazer para descer a serra. Encheram um dos cantis com uma cachaça amarelinha, que tinha no armazém, e se puseram á caminho.
As primeiras duas horas de caminhada foi uma maravilha. Como a Gabriela tinha falado o trajeto pela mata era a maior loucura. Caminhavam deslumbrados com a vegetação nativa e apreciavam, maravilhados, as árvores centenárias que encontravam aos montes. Paravam a beira de riachos de água cristalina e gelada da qual, com as mãos em concha, bebiam com prazer. Cansados, pararam para recuperar as forças. Mal se sentaram embaixo de uma árvore, que tinha mais de um metro de diâmetro, quando um dos rapazes abrindo a sua mochila falou:
- Pra tirar o cansaço, nada melhor do que uma "carga". Vamos nessa?
Tirou dela duas caixas. Uma com várias ampolas de anfetamina e a outra contendo seringas descartáveis, que distribuiu entre todos. Alguns se aplicaram em si próprios, outros tomaram a droga com a ajuda de alguém. De "cabeça feita" e com adrenalina rolando intensamente voltaram a caminhar, cheios de animo. Um pouco à frente, uns dez minutos depois, a picada por qual caminhavam passava por debaixo de uma torrente de água que caia de uma cachoeira. Não havia outra opção. Tinham que passar por debaixo da água para continuar.
Um dos rapazes falou em tom de reclamação:
- Merda, nós vamos ficar todos molhados.
- Puxa carinha como você é careta, a Gabriela rebateu em resposta ao que ele havia dito. Estamos no meio da mata que nem índio, e índio anda pelado. Vamos lá pessoal.
Abriu o zíper de sua calça jeans, a abaixou e enquanto tirava as pernas dela com os pés foi arrancando a blusa e ficando de calcinha e sutiã que também tirou enquanto a moçada, toda chapada, "rachava o bico". Pouco depois estava todo mundo pelado.
Levaram as mochilas e as suas tralhas, por debaixo da água, para o outro lado da picada e aproveitaram para tomar um delicioso banho nas águas que caiam. Todos eles estavam dopados brincando debaixo da cachoeira que nem crianças, quando um dos rapazes olhou para uma das meninas, ao seu lado nuazinha, e ficou de pau duro na mesma hora.
Não resistiu ficar só olhando aqueles seios rijos dela, suas nádegas firmes e aquela vagina de lábios enormes que ela tinha, no meio das pernas longas de coxas grossas e roliças. Puxou-a para si, envolveu-a em seus braços e colou a sua boca na dela. Quando ela sentiu o corpo molhado do rapaz encostado no seu e aquele pinto duro no meio de suas pernas, fechou-as e o pressionou com as coxas. Começou a sugar a língua que ele tinha enfiado em sua boca e a mexer com os quadris para frente e para trás.
Encheu-se de desejo e logo a seguir abriu as pernas, pegou o pênis dele e encaixou na porta de sua vagina. De pé mesmo sentiu deliciada ele penetrá-la.
Logo estavam todos eles transando debaixo da água e como só havia três garotas e vários rapazes, cada uma delas o fez com dois ou três de uma só vez. Na verdade, todo mundo transou com todo mundo.
Quando uma delas estava de quatro chupando um deles, vinha outro por trás e enfiava o pinto no rabo dela. Uma outra que era penetrada na frente e atrás, ao mesmo tempo, chupava um terceiro fazendo os três gozarem e sentindo jorrar seu próprio gozo no mesmo tempo que um deles enchia a sua boca de esperma. Uma delas, que também gostava de mulher, enquanto um dos rapazes a enrabava enfiava a cabeça no meio das pernas arreganhadas de uma amiga e chupava a ela.
O Fabinho deitado com a barriga para cima e as costas no chão, tinha a Gabriela de joelhos e com as pernas abertas sobre sua cabeça. Enquanto ele enfiava a língua nela sentiu alguém lambendo e sugando o seu pau com o maior apetite. Gozou na boca de quem o chupava ao mesmo tempo em que da vagina da Gabriela escorria uma gosma viscosa e branca.
Ela então saiu de cima dele e ele pode ver de quem era á boca que estava lhe fazendo uma chupeta tão gostosa. Era um dos seus amigos e ele estava com a boca toda branca. Nunca tinha suspeitado que ele gostasse da coisa.
No final da tarde daquele dia saíram da mata e avistaram o mar. Tinham demorado muito mais que as seis horas que haviam calculado que levariam para chegar até lá, mas valeu á pena a aventura. Nunca esqueceriam aquela caminhada e em suas lembranças eles teriam como a melhor suruba de suas vidas, aquela que fizeram em meio à Mata Atlântica.
CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites
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